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Moinho de Água do Duque 

Portugal, Portalegre, Avis, Alcorrego e Maranhão

Descrição

Estação de moagem composta por moinho, a O. o açude e a E. a casa do Moleiro e a forno, isolado a poucos metros, a SO..

MOINHO: planta longitudinal, simples, disposta no sentido E. - O.; massa disposta na horizontal com cobertura homogénea em abóbada pétrea; paredes em aparelho rusticado de pedra, revestido, assim como a abóbada da cobertura, de fortes rebocos; embasamentos parcialmente alicerçados na penedia do leito do rio e do terreno. Fachada principal a E. rasgada à esquerda por porta simples; remate em empena. 

Imagem Moinho de Água do Duque 

Fachada S., de pano único delimitado por três contrafortes em rampa, os da esquerda de secção em meia laranja, mais elevados que o da direita; entre os dois primeiros contrafortes abrem-se dois altos caboucos, em arco de 3 pontos; sobre estes corre fiada de pequenas aberturas quadradas, que funcionam como respiradouros.Fachada N. cega, afrontada por passadiço pétreo sob o qual se faz a entrada das águas, desviadas do açude, construído a O., e conduzidas por levada com comporta. Fachada O. em empena arredondada rasgada axialmente por janela quadrangular. O acesso faz-se através de pequena ponte serpenteada, em pedra, alicerçada em arcadas de volta perfeita, com aduelas de tijolo, vencendo o curso de água formado pelo enxugadouro (ou seja um desvio lateral destinado aliviar o caudal de água acumulada através do açude).

INTERIOR: pavimento encoberto por areia acumulada, cobertura em abóbada de berço de perfil em arco de volta perfeita, irregular; respiradouro central, quadrado; uma única janela quadrangular com vestígios de caixilharias de madeira, na parede O.; junto à parede S. vestígios das bases de dois pousos, e respectivos tremonhados com guarda-farinha, em alvenaria de pedra e tijolo, argamassada, reutilizando fragmentos de mós; resta ainda um dos pousos e vestígios das armações de suspensão das moegas.

CASA DO MOLEIRO:

planta longitudinal, massa simples, coincidência exterior-interior. Fachada principal a N., rasgada ao centro por porta simples; remate recto em beirado, destacando-se à esquerda a massa piramidal da chaminé disposta em paralelo; fachada O. cega em empena; fachada E. rasgada à esquerda por porta simples de acesso à cocheira, remate em empena; fachada S. cega, com remate recto em beirado:

INTERIOR: a porta dá directamente para a sala rectangular, tendo à esquerda a lareira e à direita o pial dos cântaros; no eixo da porta de acesso, rasga-se no alçado fronteiro a porta de comunicação com o quarto do moleiro; este tem planta quadrada sem qualquer janela de iluminação directa; no alçado esquerdo rasga-se janela rectangular, estreita, com caixilharia de madeira, abrindo para a cocheira contígua; esta é de planta rectangular com manjedoura a S.. FORNO: de planta rectangular com fachada testeira arredondada; fachada principal antecedida por alpendre telhado, abrigando a abertura do forno, rectangular, com molduras de cantaria; chaminé piramidal.

Acessos

Na Herdade da Ordem

Protecção

Inexistente

Grau

3 – imóvel ou conjunto de acompanhamento que, sem possuir características individuais a assinalar, colabora na qualidade do espaço urbano ou na ligação do tempo com o lugar, devendo ser preservado em tal medida. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Valor Concelhio / Imóvel de Interesse Municipal e outras classificações locais.

Enquadramento

Rural, fluvial, isolado, na margem S. da Ribeira da Seda, a 200m da confluência com a Ribeira de Almada. Em local aprazível, perfeitamente harmonizado com a envolvente, constituída esta maioritariamente por oliveiras, sobreiros e medronheiros, encontrando-se o moinho envolto por densa vegetação predominando o canavial e silvado, em terreno pedregoso atenuado por zonas arenosas. As estruturas de apoio do moinho localizam-se na encosta de pequeno vale, a 100m das margens da Ribeira da Seda, a O. e da Ribeira de Almada, a S., destaque para uma Figueira próxima da Casa do Moleiro.

Descrição Complementar
Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: moagem

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 18 - 19 - data provável de construção; 1870, 17 de Julho - posturas da Câmara Municipal de Mora, revogando as anteriores, nas quais surge legislação vária relativa aos moínhos de água do concelho, nomeadamente proibição de moer trigo nas pedras barroqueiras ( próprias para centeio ) ou de moer grão fora do concelho, bem como obrigação de todos os moleiros "de pé de mó, como os maquilões ( os moços que levavam a farinha ao domícilio ) ou carregadores", de prestarem fiança por todo o mês de Janeiro e obrigação dos forneiros de fornos públicos de cozerem o pão e "mais artigos precisos a toda e qualquer pessoa"; 1872 - o moinho, assim como o da Arieireira (v. PT0407070400469), vem assinalado na Carta Geográfica redigida e gravada na Direcção de Trabalhos Geográficos,Topográficos, Hidrográficos e Geológicos do reino, sob a direcção de F. Folque.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Pedra, tijolo burro, cimento, madeira, telha, ferro.

Bibliografia

Câmara Municipal de Mora, Código de Posturas da Câmara Municipal de Mora, Lisboa, Typographia Universal, 1870; OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando e PEREIRA, Benjamim, Tecnologia Tradicional Portuguesa. Sistemas de Moagem, Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica - Centro de Estudos de Etnologia, 1983.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; B.N.L.: Cartografia, CP11, folha 25 e CP3, folha 409; Instituto Português de Geografia e Cadastro: 25AP36

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN/DSID

Autor e Data

QualProjecto, Lda. 2001 / Rosário Gordalina 2002

Actualização

Rosário Gordalina 2011

Fonte

http://www.monumentos.pt

Imagens

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